MUDE: Mostra Universitária de Direção e Encenação

No último final de semana de junho (28, 29/06), a Cia Sacca Rolha marcou presença na MUDE – Mostra Universitária de Direção e Encenação. O evento, realizado no contexto acadêmico, é um espaço potente onde estudantes de teatro apresentam espetáculos desenvolvidos ao longo do semestre, a partir de metodologias teatrais escolhidas por eles mesmos.

É bonito ver como a universidade pulsa em criação. A MUDE não é apenas uma mostra de cenas e espetáculos, mas uma espécie de laboratório aberto, onde se percebem o risco, a pesquisa, a tentativa — e, sobretudo, o desejo de fazer teatro. Ao longo de seis meses, nossos integrantes se dedicaram intensamente ao desenvolvimento de peças completas e sensíveis, partindo de técnicas inspiradas em Stanislavski, Augusto Boal e Brecht.

Logo do evento

Amanda Perazza, Luca Rodrigues, Jeferson Hang e Francine Vieira — todos graduandos da 8ª fase do curso de Licenciatura em Teatro — foram os integrantes da Cia Sacca Rolha envolvidos nesta edição da MUDE. Ao longo do semestre, trabalharam intensamente para compor seus espetáculos e contribuir com a mostra, partindo de referências como Stanislavski, Brecht e Augusto Boal para dar forma a seus processos.

Os resultados desse trabalho puderam ser vistos nos quatro espetáculos apresentados::

1. 🎭 Abajur Lilás (direção de Amanda Perazza) Uma releitura do clássico de Plínio Marcos, que se passa em um quarto de bordel e revela, de forma crua e impactante, as tensões sociais, os abusos de poder e a resistência de três mulheres diante da violência cotidiana.

2. 🎭 A Casa de Eny (direção de Luca Rodrigues) Em meio à greve operária de 1953, em Bauru, acompanhamos os afetos e silêncios que habitam a famosa casa de Dona Eny. Um gesto fora de hora, uma promessa impossível e as escolhas que podem mudar tudo — ou nada.

3. 🎭 Coragem (direção de Jeferson Hang) O que sobra depois do amor obrigatório? Neste encontro entre mãe e filho, memórias e culpas vêm à tona em um espetáculo íntimo e delicado sobre afeto, ausência e o que ficou guardado.

4. 🎭 Contando os Dias (direção de Francine Vieira) Gilmar e Jonas, pai e filho, vivem com pouco e sonham com mais. Vendendo bolo de milho no interior, enfrentam juntos a ausência da mãe e as dificuldades do dia a dia. Uma história sobre invisibilidade, cuidado e esperança.

   
   

Encerrar esse ciclo na MUDE foi, para nós, mais do que uma apresentação — foi o reconhecimento de um percurso construído com entrega, coragem e colaboração. Ver esses trabalhos em cena, divididos com o público e com colegas de jornada, nos reafirma o que acreditamos desde o começo: o teatro é espaço de criação, mas também de escuta, transformação e encontro. Que esse fim de semestre siga reverberando em tudo o que ainda vamos criar.